Daqui até a eleição teremos um debate entre Dilma e Aécio a cada 72 horas: na Band, SBT, Record e Globo. Somados ao horário eleitoral na TV, que vem registrando audiência expressiva, e ao interesse crescente do eleitor, os debates serão cruciais para a definição do voto. Encontros “olho no olho” como deverão ser os próximos entre Dilma e Aécio ajudam o eleitor, mais do que qualquer outro formato, a firmar seu julgamento. Em uma disputa imprevisível como esta, qualquer alteração de tendências pode fazer a diferença – e o eleitor definido “mas nem tanto” passa a ser alvo privilegiado das campanhas.
O que poderá influenciar, nesta reta final, a cabeça do eleitor? Na verdade, só Deus sabe, e talvez nem ele. Mas as pesquisas podem indicar algumas pistas, certamente seguidas pelos candidatos, que contam, diariamente, com baterias de levantamentos quantitativos e qualitativos para avaliação de suas estratégias. Isto certamente vai transparecer nos debates: nas ênfases de palavras, nas frases repetidas, nos temas repisados, na expressão corporal e facial ao encarar determinados assuntos e tudo o mais.
Seja como for, para Dilma pode ter se esgotado a fórmula de mostrar o seu governo na TV – Pronatec, Minha Casa Minha Vida etc exibidos com intensidade no primeiro turno. De alguma forma a estratégia funcionou, pois avaliação de governo melhorou, passando de 32% de ótimo/bom para 39% na semana passada. Mas será suficiente para o embate do segundo turno? Ou será melhor apostar agora em “atributos pessoais” da candidata, desvinculando-a do próprio governo e de seu partido, o PT? Há campo para isso: Dilma é vista pelos eleitores, segundo recente pesquisa do Ibope, como “competente” (para 24% dos entrevistados X 14% de Aécio) e trabalhadora (20% acham isso da presidente X 13% que acham isso do tucano).
Aécio, por seu lado, se esforça claramente na TV para colar em si o selo do candidato da mudança (desejo expresso pela maioria do eleitorado desde o início do processo eleitoral). O tucano exibe como trunfos imediatos os apoios da família Campos e de Marina, que lhe reforçam a aura de “mudancista”.