O Ministério Público afirmou que o médium João de Deus usava termos religiosos e fazia ameaças durante os abusos sexuais que cometia em Abadiânia. Ele foi denunciado nesta terça-feira (28) por estupro de vulnerável.
Esta é a nona denúncia contra o médium, que está internado em um hospital e sempre negou os crimes. Ele já se tornou réu nas outras oito. Ao G1, o advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que não vai se pronunciar sobre o caso porque ainda não teve acesso à denúncia.
Segundo a promotora de Justiça Ariane Patrícia Gonçalves, ele escolhia as vítimas de acordo com o estado de vulnerabilidade que apresentavam e, durante o atendimento individual, dizia que precisava tocar em determinadas partes do corpo da vítima como meio de “cura”.
“Ele dizia, por exemplo, que a pessoa tinha uma energia bloqueada e que precisava abrir seu chacra, como se fosse parte essencial do tratamento de cura. E quando ele percebia que a vítima tentava reagir, ele ameaçava dizendo que essa pessoa não era merecedora de cura, que ela jamais conseguiria engravidar ou que ela teria um câncer de ovário”, afirmou.
Ainda segundo a promotora, há relatos de vítimas que acreditam que têm problemas justamente devido às ameaças que o médium fez. “São pessoas de muita fé, que estavam em uma situação de grande vulnerabilidade e que viam nele um líder espiritual, uma última opção de cura”, completou.