4 de julho de 2018

O uso de um suco preparado com farinha de tamarindo promoveu uma redução de 24% na taxa de triglicérides de voluntários. É o que mostra um estudo que avaliou os impactos do uso do fruto no controle dos distúrbios bioquímicos associados ao diabetes. A pesquisa foi realizada pela Embrapa e Universidade Estadual do Ceará (UECE). Triglicérides, ou triglicerídeos, são um tipo de gordura presente no sangue que, em quantidades elevadas, aumenta o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde, principalmente quando o colesterol também está alto.

O consumo do tamarindo também promoveu leves reduções no colesterol total, no índice de massa corporal e na circunferência da cintura dos voluntários. O estudo apontou ainda que o produto apresenta baixo índice glicêmico (IG). Esse indicador mostra o quão rápido um alimento ingerido consegue aumentar a glicemia (a glicose no sangue).

Participaram do experimento 164 adultos e idosos com diabetes, com peso adequado ou até leve obesidade. Do total, 82 pacientes apresentavam glicemia controlada e os demais, glicemia elevada. Durante quatro semanas, metade dos voluntários consumiu o suco preparado com a farinha de tamarindo e a outra ingeriu placebo.

Potencial para ajudar no controle da doença

A intervenção contou com cinco encontros. A cada encontro, os voluntários recebiam envelopes com desidratado de tamarindo, para utilização ao longo da semana. Os pacientes passaram por consultas e exames para determinação do perfil glicêmico e lipídico, verificação da ingestão alimentar e avaliação antropométrica (medidas de peso, altura, circunferência da cintura e do quadril). Os resultados deixaram os cientistas animados. A equipe acredita que o produto pode ser utilizado como adjuvante para o controle do perfil lipídico de indivíduos com diabetes.

A pesquisadora Ana Paula Dionísio, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), esclarece que o estudo com alimentos funcionais busca o desenvolvimento de novos produtos que promovam benefícios à saúde dos consumidores. “Com esse tipo de resultado, temos condição de incentivar a população a consumir mais frutas. Com isso, incentiva-se também a produção”, completa o pesquisador Nedio Jair Wurlitzer, da mesma Unidade de pesquisa da Embrapa. A pesquisa foi financiada pela Embrapa e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Efeito específico sobre triglicérides é interessante

A nutricionista Tatiana Uchôa Passos, responsável pela etapa da pesquisa com os pacientes no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), diz que nenhum dos medicamentos distribuídos pelo sistema público de saúde no Brasil apresenta ação específica sobre o triacilglicerol (triglicérides) no sangue. Segundo ela, os remédios agem sobre o perfil lipídico como um todo, especialmente sobre o colesterol total. “Observando por esse aspecto, a utilização da farinha de tamarindo seria ainda mais interessante para aqueles pacientes cuja inadequação lipídica seja apenas nos triglicérides”, conclui a nutricionista que desenvolveu tese de doutorado sobre a pesquisa.

De acordo com Tatiana Uchôa, as demais variáveis investigadas ainda carecem de avaliação. “Diante da inovação proposta pela ideia desse projeto e da significância estatística encontrada com relação aos triglicérides, ficamos satisfeitos com os resultados e também instigados a dar continuidade aos estudos futuramente”, conta.

A nutricionista ressalta, ainda, que é necessário ter hábitos alimentares saudáveis para que, ao se consumir alimentos com atividade fitoterápica ou funcional, eles possam, de fato, ser aproveitados. “A fitoterapia possui resultados ainda mais evidentes quando associada a um plano alimentar saudável e individualizado”, afirma.

Redução da acidez da fruta

Uma desvantagem do tamarindo é a elevada acidez, que provoca rejeição em um determinado grupo de consumidores. Para aumentar a aceitação de derivados da fruta, a Embrapa Agroindústria Tropical atua agora no desenvolvimento de um suco de tamarindo com acidez parcialmente neutralizada. “O tamarindo é muito ácido, e muitas pessoas rejeitam ou então diluem muito o suco”, diz a pesquisadora Ana Paula Dionísio.

Os pesquisadores também estão testando o tamarindo parcialmente neutralizado para averiguar se as propriedades benéficas serão mantidas. Esses testes estão em andamento com a parceria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Paralelamente, a equipe do Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais da Embrapa avalia quimicamente os produtos, para investigar quais os componentes responsáveis pelos efeitos benéficos à saúde. “Se identificarmos que polifenóis atuam com as fibras, para o efeito na saúde, teremos a possibilidade de concentrar esses componentes e utilizar em um novo produto”, explica Nedio Wurlitzer. portalcorreiopb

Postado por Blog Cardoso Silva
Categorias: Brasil, Saúde
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