11 de agosto de 2024

O brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou na manhã deste domingo (11) que o órgão conseguiu extrair todo o conteúdo das duas caixas-pretas retiradas do avião que caiu em Vinhedo (SP).

O acidente aéreo ocorreu na sexta-feira (9) e causou a morte de 62 pessoas – 58 passageiros e quatro tripulantes. Agora, o conteúdo das caixas-pretas será analisado por investigadores em Brasília.

“Os dados foram obtidos, validados, e agora aguardamos a linha de investigação de nossos investigadores, que ainda se encontram aqui comigo, regressarem a Brasília para a gente começar a trabalhar na transformação desse número enorme de dados para a informação útil para a sociedade”.

O brigadeiro também informou que os dois motores do avião serão analisados em São Paulo para verificar se estavam com potência no momento do acidente. Moreno também reafirmou que o relatório preliminar da investigação será apresentado em 30 dias.

Três representantes do Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile, BEA, em francês) chegaram na manhã deste domingo ao local do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP).

O BEA foi acionada pelas autoridades brasileiras e deve colaborar nas investigações uma vez que a aeronave que caiu, modelo ATR-72, foi fabricada na França.

Segundo Moreno, também são esperados em Vinhedo representantes do Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá (Transportation Safety Board, TSB, em inglês), país onde os motores da aeronave foram fabricados.

O BEA e o TSB são os órgãos francês e canadense análogos ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticios (Cenipa). Peritos dos três países devem atuar em conjunto na apuração que deve apontar as causas do acidente.

As caixas-pretas

 

A obtenção dos dados dos dois gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas, é fundamental para a investigação. Um dos equipamentos grava áudio e outro acumula dados como a altitude e a velocidade durante o voo – entenda abaixo:

  • Cockpit Voice Recorder (CVR): um gravador de áudio que registra as conversas entre piloto e co-piloto, deles com os comissários de bordo e com o controle de tráfego aéreo.
  • Flight data recorde (FDR): um gravador de informações e parâmetros da aeronave, como altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, entre outros dados técnicos da aeronave ao longo do trajeto.

Com esses dados da aeronave e os áudios da cabine, os investigadores podem entender a dinâmica e os fatores que podem ter contribuído para a queda do avião. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o Cenipa é referência internacional nesse tipo de investigação.

Obrigatórias na maioria dos aviões em aviões, as caixas-pretas foram inventadas, segundo a Reuters, ainda em 1950 pelo australiano David Warren. Ela mantém gravadores a fim de identificar as causas de acidentes e, assim, ajudar na prevenção deles.

As caixas-pretas não são realmente pretas. Elas são pintadas de laranja, uma cor que pode ser vista à distância, debaixo da água e no meio escombros e, desta forma, facilitar nas buscas.

Por Arthur MenicucciJoão Gabriel Alvarenga, Rafael Castro, g1 Campinas e Região e EPTV

Postado por Blog Cardoso Silva
Categorias: Brasil
FAO
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