16 de outubro de 2022

A pandemia de covid-19 já pode ser tratada como endêmica e está “totalmente controlada” no Rio Grande do Norte, diz Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) mostram um cenário bem mais favorável do que o registrado nas duas primeiras ondas da pandemia. De janeiro até a segunda semana de outubro deste ano, o Estado registrou uma redução de 79,3% nas mortes por covid em comparação com o mesmo período de 2021. Decretação do fim da pandemia depende da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dentro do período observado, os óbitos caíram vertiginosamente de 4.364 para 899, de acordo com os boletins epidemiológicos da Sesap. Os casos também apresentaram queda de 38,8%: passaram de 278.912 registros (janeiro a outubro de 2021) para 170.487 (janeiro a outubro de 2022). Valentim diz que o RN continua contabilizando casos isolados, mas que não inspiram gravidade. “A gente tem casos como tem de gripe, de dengue e de outros agravos que acontecem. No Brasil também, a situação é de total controle”, comenta.

O pesquisador acrescenta que o Estado atualmente não apresenta riscos de aumento de casos, mas que é preciso manter a vigilância devido à imprevisibilidade da doença. “A gente não consegue prever tudo, mas hoje a situação é de controle total. O RN hoje não tem nenhuma medida restritiva mais, nem em ambientes públicos nem em ambientes privados, transporte público. Uma coisa interessante que está acontecendo é que mesmo sem as restrições, algumas pessoas continuam usando máscara quando têm sintomas. Essa é uma cultura que veio para ficar”, destaca.

Ainda levando em consideração o período entre janeiro e as duas primeiras semanas de outubro deste ano, a taxa de letalidade foi de 0,52%. Já no mesmo intervalo de tempo no ano passado, o índice era de 1,56%, mais de um ponto percentual a mais do que o atual. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa é definida pela proporção de pessoas diagnosticadas com a doença que morrem em decorrência da infecção. Outro indicador positivo é o de leitos para o tratamento da covid. Neste mês, as solicitações por leitos oscilaram entre uma e cinco e não há filas.

Para o médico epidemiologista Ion de Andrade, a situação do RN é de total controle “pela vacina”. Ele diz que ainda é preciso acompanhar o comportamento da doença para, por exemplo, ter condições de decretar o rebaixamento para “endemia” no Estado. “A distinção depende de um cálculo. Por exemplo, quando se diz que a dengue está no período de epidemia é porque os casos ultrapassaram uma figura gráfica que é o diagrama de controle. Dentro do diagrama, a dengue está na fase endêmica”, explica.
O diagrama de controle é o instrumento mais sensível para detecção de surtos de doenças. O conceito de vigilância é baseado em um método que combina estudos epidemiológicos, quantitativos, descritivos e retrospectivos. Ion de Andrade diz que é preciso mais experiência para construir o diagrama da covid. “Não temos da covid porque é uma doença nova, mas em breve teremos. O que a gente pode dizer hoje é que a covid está sob controle no Estado por vacinação. Acho que a gente pode adentrar até esse limite”, conclui.

No Rio Grande do Norte, 87% da população está  completamente vacinada (duas doses) contra o coronavírus, o que corresponde a 2,76 milhões de potiguares. A TN questionou a Sesap sobre o estágio da pandemia no Estado, mas a pasta não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Fim da pandemia “está em vista”

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, em setembro último, que o fim da pandemia “está em vista”. Ele pediu, no entanto, que governos acelerem ações para evitar que a oportunidade de controlar a covid-19 seja perdida. Em coletiva de imprensa, Tedros explicou que, na semana passada, o número de casos de coronavírus caiu ao menor nível desde março de 2020.“Nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia”, ressaltou o diretor-geral da OMS. Tedros comparou a atual situação com a reta final de uma maratona. “Podemos ver a linha de chegada. Estamos em uma posição vencedora. Mas agora é o pior momento para parar de correr”, destacou.

O diretor da OMS estimulou os países a vacinarem toda a população com maiores riscos associados à doença e a manterem as estratégias de testagem e sequenciamento do vírus.

Vacina para crianças de 6 meses é liberada

O Ministério da Saúde liberou a aplicação de vacinas contra a covid-19 da Pfizer em crianças de 6 meses a 4 anos de idade que tenham comorbidades. Ainda não há informações sobre quando a pasta receberá e qual o total de vacinas específicas para esse público.

A ampliação de uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças de 6 meses a 4 anos de idade contra a covid-19 foi aprovada pela Anvisa em setembro. Desde a liberação, há um impasse no Ministério da Saúde sobre a incorporação da vacina no plano de imunização.Em nota, nesta quinta-feira (13), a pasta informou que solicitará à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a avaliação de possível ampliação do uso da vacina pediátrica nessa faixa etária. Até que seja analisado pela comissão, a vacinação estará restrita ao publico com comorbidades.


Diferenças

A vacina para crianças de 6 meses a 4 anos de idade tem dosagem e composição diferentes daquelas utilizadas para as faixas etárias previamente aprovadas. A formulação da vacina autorizada hoje deverá ser aplicada em três doses de 0,2 ml (equivalente a 3 microgramas).As duas doses iniciais devem ser administradas com 3 semanas de intervalo, seguidas por uma terceira dose administrada pelo menos 8 semanas após a segunda dose. A tampa do frasco da vacina virá na cor vinho, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e, também, pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas. O uso de diferentes cores de tampa é uma estratégia para evitar erros de administração, já que o produto requer diferentes dosagens para diferentes faixas etárias.

“A vacina tem 12 meses de validade, quando armazenada a temperatura entre -90°C e -60°C. Uma vez retirado do congelamento, o frasco fechado pode ser armazenado em geladeira entre 2°C e 8°C durante um período único de 10 semanas, não excedendo a data de validade original”, explicou a Anvisa.

Tribuna do Norte

Postado por Blog Cardoso Silva
Categorias: RN, Saúde
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