O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia durante a visita a Manaus, no Amazonas, neste domingo (17). Em seu pronunciamento, Biden também reforçou que deixa um ‘legado forte’ para Donald Trump, que assume a presidência americana em 2025.
O anúncio foi feito durante a agenda do democrata no Museu da Amazônia (Musa), onde ele se reuniu com lideranças indígenas da Amazônia brasileira e cientistas. O novo investimento elevará o total de contribuições dos EUA ao Fundo Amazônia para US$ 100 milhões.
A doação está sujeita à aprovação do Congresso americano – agora de maioria republicana – e tem como objetivo acelerar os esforços globais para conservar terras e águas, proteger a biodiversidade e enfrentar a crise climática.
“A luta contra a mudança climática vem sendo a causa da minha presidência. Não é preciso escolher entre economia e meio ambiente. Nós podemos fazer as duas coisas”, destacou Biden em pronunciamento no Museu.
O aporte de mais US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia foi o segundo anunciado pelo governo Biden. Em 2023, no começo do governo Lula, um primeiro repasse de US$ 50 milhões foi anunciado na retomada do fundo, que havia sido desativado durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Os valores anunciados por Biden, porém, ainda estão longe da promessa de repassar US$ 500 milhões feita em abril de 2023.
Criado há 16 anos, o Fundo Amazônia reúne doações internacionais para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, apoiar comunidades tradicionais e ONGs que atuam na região, além de fornecer recursos diretamente para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios.
O presidente americano também anunciou que está lançando uma coalizão internacional para mobilizar, no mínimo, US$10 bilhões até 2030 para restaurar e proteger 20.000 milhas quadradas de terras. Ele também assinou uma proclamação designando o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação.
A visita de Biden à Amazônia ocorre dois meses antes do fim do mandato dele à frente da presidência dos EUA. A eleição do republicano Donald Trump no começo de novembro reacendeu as discussões sobre clima e meio ambiente. Como a maior economia do mundo e a segunda emissora de gases de efeito estufa, as decisões dos EUA têm impacto direto na luta global contra as mudanças climáticas.
Negacionista das mudanças climáticas, Trump usou o mote “Drill, baby, drill” (perfure, baby, perfure), sobre aumentar a exploração de petróleo do país, durante a campanha deste ano. Conhecido por sua postura de flexibilização regulatória e apoio ao setor de combustíveis fósseis, Trump promete tocar uma agenda antiambiental, o que preocupa especialistas
No seu primeiro mandato, Trump tirou os EUA do Acordo de Paris, pacto assinado pela comunidade internacional em 2015 para limitar o aquecimento global, e revogou mais de 100 regras ambientais, que impactaram nas emissões de gases de efeito estufa, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.
Por Juan Gabriel, g1 AM