A onda de assaltos que vem tomando conta da cidade de Caicó, neste início de ano, domina as rodas de conversas e as discussões pelas redes sociais. O CAICOENSE ESTÁ COM MEDO. Todos os dias são registrados assaltos e furtos na cidade e a população quer uma resposta das polícias Civil e Militar. A maioria quer a organização de grandes operações policiais como forma de inibir a criminalidade, que sem uma ação perene e firme da polícia, fica cada vez mais ousada e violenta.
”Quase não vemos policiais na rua; antes não tínhamos tanta violência em Caicó e percebíamos que a presença da polícia era bem maior. Hoje, com a cidade desse jeito, o efetivo policial parece ter diminuído”, disse um morador do Penedo.
O alvo predileto da bandidagem em Caicó são as motos,mas pedestres também são assaltados quase que diariamente, assim como pequenos comerciantes. Foi o caso de Sales que tem uma modesta mercearia no Serrote Branco. Ele foi violentamente amarrado e amordaçado e não pôde fazer nada a não ser assistir impotente uma dupla de marginais levar o seu apurado do dia.
A polícia, que deveria dar segurança a pessoas como o seu Sales, é bem verdade, está com o seu aparato sucateado por anos de descaso e omissão dos governantes potiguares. Nossa PM é uma das mais mal pagas do país e o plano de carreira de cabos e soldados da corporação ainda é um sonho distante. Com pouca estrutura, o combate ao aumento da criminalidade torna-se mais difícil, mas não impossível. Organização, planejamento, expertise, estratégia, ação de comando,inteligência e dedicação profissional são conceitos que independem de altos investimentos e, se postos em prática, podem dar bons resultados. A prova disso é algumas rádio patrulhas policiais que mesmo com condições de trabalho inadequadas apresentam bons resultados quando estão de serviço.
Também é certo que nada do que foi falado será verdadeiramente eficiente se não mudarmos o nosso código penal. Lugar de marginal é na cadeia, mas a atual legislação está repleta de recursos e apelações que beneficiam aqueles que praticam crime não permitindo que estes cumpram a totalidade da pena a que foram condenados. Expurgados do sistema carcerário por uma lei paternalista, os bandidos são devolvidos para nosso convívio e o resultado é o que vemos hoje em Caicó e em outras cidades do país.
A conta da inércia e incompetência daqueles que deveriam reformar as leis recai quase que exclusivamente sobre os ombros da sociedade que está assustada e desacreditada nas ações da polícia e da justiça brasileira. Via v&c